A notícia estourou ano passado, McGuinness iria abdicar de deveres diários com o U2, depois de mais de 35 anos, entregando as rédeas ao empresário de Madonna, Guy Oseary, como mudança de gestão o U2 assinou um contrato com a Live Nation. (leia aqui)
Em um comunicado, o U2 agradeceu: "Paul nos salvou de nós mesmos muitas vezes e nós não seríamos o U2 sem ele". (leia aqui)
Em reconhecimento as suas realizações ao longo da vida e visão da indústria da música, McGuinness receberá o Billboard Industry Icon Award de 2014. A honra será apresentada no MIDEM em Cannes, em 2 de fevereiro. O primeiro Industry Icon Award foi apresentado, em 2012, por Seymour Stein, fundador e CEO da Sire Recordse. No ano passado a honra coube ao fundador e presidente do Beggars Group, Martin Mills.
Em uma para Billboard, Paul McGuinness lembra o início de um relacionamento que mudou para sempre a história da música. Abaixo alguns trechos:
Quais foram algumas de suas vitórias iniciais com o U2?
Foi muito difícil conseguir um contrato de gravação. Eu sabia que eles eram bons, e era óbvio que iriam progredir, o que me surpreendeu muito foi que cada gravadora em Londres os ignoraram. Demorou um tempo surpreendentemente longo para chegar a um acordo, e no final fechamos com as Island que foi a única proposta.
"The Joshua Tree" mudou tudo para o U2. Na época, se sentiu como um registro especial e um momento que poderia catapultar a banda para um outro nível?
Sim, ele tinha dois singles No. 1 nos EUA, "With or Without You" e "I Still Haven’t Found What I’m Looking For". Lembro-me de tocar esse álbum no início de 1987, para um grupo de licenciados da Island, que eu tinha conseguido reunir em Cannes. Eles estavam ouvindo pela primeira vez e seus olhos se iluminando.
Saltando para a frente um pouco, eu gostaria de rever o acordo multirights com a Live Nation e a estratégia deles.
O acordo com a Live Nation não é realmente multirights em que, no que diz respeito à nossa gravação e nossa publicação, a banda possui todos os seus registros e direitos autorais. A Live Nation não participa de tais direitos, eles fazem o merchandising, shows e a parte online.
O que estava por trás da decisão de recuar de gestão do U2 e da banda assinar com Guy Oseary?
Eu tenho 62 anos e não tinha vontade de fazer a próxima turnê. Eu estive em praticamente todos os shows do U2 já realizados, eu só não queria continuar fazendo isso em meus 60 anos. Os direitos sobre a música do U2 e seus direitos autorais, foram, com dificuldade e em alguns custos, completamente recuperados. Eu tive alguma participação no capital, mas as pessoas certas para vender seu patrimônio é a própria a banda. Isso é realmente o que aconteceu nessa transação: U2 ter adquirido os direitos restantes, e eles agora possuem 100% de suas cópias mestres e seus direitos autorais.
Então você vendeu sua parte, basicamente?
Sim, e a Live Nation foi muito útil no apoio à transação. Eles financiaram a transação.
Como você se sente sobre o que você realizou? É uma sensação de "trabalho bem feito"?
Em certa medida, sim. Eles estão fazendo o seu melhor trabalho. Eu ouvi a maior parte do novo álbum e é absolutamente incrível. Eles são criativamente ambiciosos - eles realmente querem ter hits e um registro bem-sucedido. Eles sabem que, assim como qualquer outra pessoa, que suas turnês serão bem sucedidas se eles tiverem um grande registro ou não, mas eles não querem a cair em que tipo de categoria de "artista de patrimônio".
Assim, encontrar um novo público sempre foi muito importante para o U2 a cada gravação.
Fonte: Billboard
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