Behind the Streams: U2 e o Impacto do Marketing de Caridade

Alguém ainda se importa com o U2? Além de bater eventos globais com seus tons famosos, Bono e sua banda poderiam muito bem ser "U Who?" para a atual geração de fãs de música. Eles são relíquias do passado, mesmo que esse passado tenha sido alimentado por performances épicas em estádios e álbuns.

Há muitos artistas exibindo vídeos de música com consciência social e causas que eles consideram importante (que, como já dissemos tantas vezes, os tornam artistas importantes). Temas recorrentes como, lidar com o bullying, suicídio adolescente, além de drogas, harmonia racial, paz mundial e outras guerras sociais. Bem intencionados com certeza, mas os esforços desses artistas sempre vêm embalados com uma forte dose de auto-promoção, na esperança, não tão secreta, de que sua postura posa ser um passeio a uma maior consciência da banda. Normalmente, tais mensagens são baratas e banais; classe média branca "artistas", armados com guitarras e letras que considerem socialmente relevante, com "estilo guerrilha" de produção.

U2 deixou de ser “classe média” há décadas e se tornaram roqueiros de estádio, maciçamente ricos, que oferecem as gerações de fãs de música hinos que ainda podem cantar juntos. Nada nos últimos anos tem aumentado o nível de The Joshua Tree ou Achtung Baby. 

Construído em torno da promoção de um novo álbum, o U2 roubou o megafone durante o maior evento televisivo do ano, gastando um minuto tocando um novo single em um vídeo em preto e branco deslumbrante. Melhor ainda, o Bank of America pagando a coisa toda. Brilhante. Nós todos não gostamos de bancos. Quem poderia resistir em ir para o iTunes e fazer o download da música sabendo que custaria um dólar ao Bank of America? 

Então o U2 realizou muito com o seu esforço socialmente consciente:

- Pelo menos 110 milhões de pessoas sabem que o U2 tem um novo álbum saindo;

- Pelo menos 3 milhões de pessoas têm agora o novo single baixado direto do iTunes;

- Mais de 3 milhões de pessoas já assistiram ao vídeo na página da banda no YouTube.

O comercial da banda no Super Bowl foi uma tática de marketing verdadeiramente magistral. "Eles tem a minha admiração por descobrir como aproveitar o maior evento de marketing do ano para a sua vantagem, ao mesmo tempo em que faz algo de bom para o mundo. Isso é o que todo artista socialmente consciente espera construir, mas eles não têm a mesma plataforma, e em muitos casos, não têm o talento também".

Fonte: Baeblemusic

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