O U2 envelheceu. E quem disse que isso é ruim?

No início deste mês, no dia 9 de setembro, o U2, uma das maiores bandas de rock do planeta, fez um movimento inédito no mundo da música. O grupo, em parceria com a Apple, disponibilizou gratuitamente seu novo disco “Songs of Innocence” para todos os clientes da loja virtual iTunes. O álbum é o primeiro de inéditas da banda nos últimos cinco anos. A promoção foi motivada pelo lançamento do iPhone 6.
.

Em entrevista à revista “Rolling Stone”, Bono, vocalista do grupo, comentou sobre o trabalho. “Queríamos esperar até termos algo que fosse tão bom quanto nossos melhores trabalhos”. O cantor considerou o álbum o mais pessoal de sua carreira. “Nós queríamos fazer um álbum muito pessoal. Tentar descobrir por que queríamos estar em uma banda, as relações em torno da banda, nossas amizades, nossos amantes, a nossa família. O álbum todo é feito de primeiras viagens – primeiras viagens geograficamente, espiritualmente, sexualmente. E isso é difícil. Mas nós fomos lá”.

Sou fã do U2, para mim, mesmo com mais de 30 anos de estrada, eles continuam sendo a maior banda de rock do mundo. Portanto, fiquei muito feliz ao tomar conhecimento que ganharia o álbum de graça da Apple. Tenho todos os trabalhos do U2 e não veria o menor problema em comprar o novo assim que ele fosse lançado. Não precisei fazer isso. Nem eu, nem aproximadamente 500 milhões de pessoas em 119 países que são clientes da iTunes Store. Para liberar de graça o álbum para todos seus clientes, a Apple teria pago cerca de 100 milhões de dólares (236 milhões de reais).

Para quem curte a banda, a iniciativa foi incrível. Para os fãs, seria inconcebível imaginar algum tipo de rejeição a isso. Tal promoção, aliás, só foi possível graças a estreita relação da Apple com o U2. A banda irlandesa sempre foi uma entusiasta da tecnologia e do iPod desde o seu lançamento. Mas teve gente que não gostou.

E este é o ponto que gostaria de abordar neste texto. A estratégia da Apple foi errada ou Bono estaria certo em uma entrevista publicada no jornal “O Globo” onde ele afirma temer que o U2 esteja “no limite da irrelevância”, justamente por ser uma banda antiga, desconectada dos jovens de hoje em dia? É impossível conceber a década de 80 e 90 sem a influência do U2 com hinos atemporais como “Sunday, Bloody Sunday”, “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, “Pride (In The Name of Love)” e “With Or Without You”. Mas, e atualmente? Quem influencia os jovens? Qual seriam os hinos das décadas 2000 e 2010? Certamente não são as canções do U2 e Bono sabe disso. Eu sei disso. Todos nós sabemos disso. Entretanto, “Songs of Innocence” é um dos melhores álbuns do U2. Muito melhor do que “No Line on the Horizon”, por exemplo, último trabalho do grupo lançado há cinco anos.

Mas como se deu a distribuição do novo álbum do U2? Diferentemente do que se costuma fazer, deixando o álbum de graça para quem quisesse baixar, a Apple resolveu disponibilizar automaticamente o trabalho na biblioteca de 500 milhões de pessoas imaginando que estava agradando, já que – porra – é um álbum do U2, a maior banda de rock do mundo! O problema foi que muita gente se sentiu invadida. Pior. Teve gente que não sabia nem quem era U2. A Apple voltou atrás e disponibilizou um link em seu site que ajuda a apagar as músicas do computador. Quem poderia imaginar?


Felipe Branco Cruz

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Twitter: https://twitter.com/u2_vision
Facebook: https://www.facebook.com/U2VisionOverVisibility
Instagram: http://instagram.com/U2_Vision
Google+: https://plus.google.com/u/0/109901838418925515125/posts
YouTube: http://www.youtube.com/channel/UCOMXpAwoD6l3W5m4S1Odhmw
Dailymotion: http://www.dailymotion.com/U2_Vision
Vimeo: http://vimeo.com/u2vision
VK: vk.com/u2_vision
Tumblr: http://u2-vision.tumblr.com/
RSS: http://u2-vision-over-visibility.blogspot.com.br/feeds/posts/default?alt=rss
\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\

“É permitida a reprodução total ou parcial deste texto desde que obrigatoriamente citada a fonte.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário