Bono: O objetivo é "escrever e fazer doer"

 A atual turnê do U2, a iNNOCENCE + eXPERIENCE, centra no mais recente álbum da banda, "Songs of Innocence", e se expande sobre ele, traçando o crescimento da banda, ainda adolescente, de Dublin nos anos 70 para os cidadãos em conflito em um mundo violento. É uma jornada pessoal que se transforma em um comentário social e político sobre o poder da comunidade.

A turnê traz o U2 explorando a multimídia novamente. Isso amplia as possibilidades e o potencial do  espetáculo, comparável à maneira que a Zoo TV revolucionou a arte da performance ao vivo. Em uma entrevista, Bono fala sobre a turnê e o funcionamento interno da banda.
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A primeira metade do show é realmente escura. Houve alguma discussão dentro da banda que não poderia funcionar?

Sim, houve. Mas as pessoas (os fãs) nos permitem ter esse nível de intensidade. Eu estava surpreso porque eles parecem ser capazes de seguir uma narrativa que era tão pessoal e específica, no lado norte de Dublin, um país imerso em uma guerra. Minhas tragédias são menores em comparação com tantos. Edge me questionou sobre as letras - ele me ajudou a escrevê-las - eu disse, "Nós não fazemos nostalgia. Nós não fazemos sentimental". Mas nos permitimos fazer melancolia. Isso seria Irlanda. É na chuva. Eu pensei que se eu poderia ser realmente sincero sobre uma situação que me trouxe até aqui e agora, do que nos trouxe, a banda, para aqui e agora, através da minha lente, talvez outras pessoas poderiam se relacionar.

Primeiro amor, primeira luta, primeira tragédia - o álbum é sobre essas primeiras experiências. Talvez as pessoas possam se relacionar. Edge ainda é, 'Ehh... É arrogante pensar que as pessoas podem se relacionar". É um pensamento extremamente arrogante desde o começo pensar que você tem qualquer sentimento importante ou é relevante para qualquer outra pessoa. Então, devemos jogar fora todos os romances já escritos, cada poema? Isso é como nós fazemos, escrever e fazer doer. Algo como 'Iris' (uma música sobre sua mãe, que morreu quando Bono tinha 14 anos), eu fiz me arrependendo até o último minuto. Poucos dias antes do álbum ser lançado, eu tentei retirar a canção. Estamos fazendo esta homenagem a todas essas bandas punk que nós amamos, e aqui está esta canção sobre a falta da minha mãe. O quanto punk rock é isso? Entrei em pânico, "Vamos tirá-la". Ela morreu quando eu tinha 14 anos, foi em setembro, há 40 anos. Mas eu não conseguia lembrar o dia. Eu mandei uma mensagem para o meu irmão, eu não conseguia me lembrar. enviei SMS para o meu tio Jack e fez-me perceber que o dia que eu estava tentando retirá-la do álbum foi o mesmo dia, 40 anos atrás que ela faleceu. Ela teve um aneurisma e eu nunca mais a vi ou fui capaz de falar com ela novamente. Esse tipo de coincidência cósmica me deu incentivo para confiar nos meus instintos. Você tem que ser ousado o suficiente para ser emocionalmente direto. Isso é o que eu aprendi com John Lennon.
 
Há muito material novo no show e não há qualquer hit no álbum. Houve a preocupação de que ele pode não se conectar?

Nós saímos na primeira noite (14 de maio em Vancouver) sem saber. Acabou sendo uma experiência extática. Na Zoo TV (de 1992-1993, a turnê que também enfatizou o novo material) as pessoas estavam envoltos nas luzes, mas esta foi mais direto. Meu amigo Gavin Friday, que cresceu em Cedarwood Road comigo, disse que você tem que explicar a narrativa. Explicar às pessoas como você se levanta no divisor, "Venha comigo até Cedarwood Road. É como uma brincadeira de criança?". Ele disse: "Explique o que está acontecendo nas músicas e será coerente". Funcionou.

No show, seu eu mais jovem tem uma conversa com a estrela do rock Bono. Ele acusa você de perder de vista o que acreditava, como se ele estivesse no lugar de alguns de seus fãs. O que é isso?

Eventualmente, através de tentativa e erro, você aprende que compromisso não é uma palavra suja. Eu digo para os mais jovens: 'Eu tento dizer a um jovem ideias, merecem um plano, eu tento fazer um mundo melhor para cada mulher e homem ... Eu me sinto como uma fraude, mas eu sei que eu não sou, eu tento fazer o melhor em tudo o que eu tenho, o que não é muito, exceto para não ser pego com as calças arriadas e minhas mãos para cima. Eu gosto de pensar que ganhei a discussão. O mais jovem ainda está balançando a cabeça. Não é mais "nós e eles", agora é somente sobre "nós".

Quando você se refere aos recentes tiroteios raciais, dizendo: "Eu não posso respirar" e "Minhas mãos estão para cima" - você parece estar chamando a América, questionando seus valores. O que você quer deles?

É o meu eu mais jovem protestando contra a América militarista. Ele sai de "Bullet the Blue Sky", que era originalmente sobre os EUA se intrometer na América Central. A descoberta, para mim, foi há vários anos, que a América não é um país, mas uma ideia. Era para ser concluída. Historicamente é francês, que eu amei falar aqui (nos shows no Canadá). Não terminou, ainda está sendo moldada e eu sinto uma parte disso, e quero ser parte dela. Todos nós temos uma participação na América, sendo o que ela se estabeleceu a ser.

Personalizando, você está tentando encorajar as pessoas que possam se sentir impotentes para desempenhar um papel mais ativista?

Alguém deveria estudar o nosso público. Muitos deles são de alguma forma envolvido na sua comunidade local. Não é necessário para Ser um fã do U2, você pode vir e ficar ao redor, você não precisa entrar na água profunda para ser um fã do U2. Mas muitos deles querem que o mundo seja melhor, eles querem ser parte da solução e estão se envolvendo. Como John Lennon disse: você não precisa levá-los. O mundo não tem que ser a forma que é. Você pode persuadir, você pode ajudar a dar-lhe uma forma melhor. Quando se é jovem, há uma grande clareza. Sinto falta disso. Mas à medida que envelhece, você percebe que um dos maiores obstáculos que você vai encontrar em sua vida é você mesmo. Isso começou na nossa música com "Achtung Baby", que é quando nós entramos na hipocrisia do coração humano.

O show faz as músicas acontecerem, mas a produção em "Songs Of Innocence" é branda, que despersonaliza elas. Você sente que o álbum conseguiu o que você queria?

Sendo honesto, há algo sobre o som do disco que é um pouco organizado demais. Isso é o que acontece quando você está muito tempo no estúdio. Mas ele é chamado "Songs of Innocence" por uma razão. Esse é o desafio com esta banda depois de todos estes anos - de composição - não de fogos de artifício ou experimentação sonora. Podemos escrever canções que verdadeiramente resistem? Conversando com nossos amigos Damien Rice e Glen Hansard, os trovadores, eles só têm um violão, então suas canções e palavras resistem melhor. Com uma banda, você pode esconder o fato de que as músicas não estão lá. Mas neste álbum, sinto que podemos tocar 10 canções no show. Como artistas, temos este segundo sentido de quando uma música está se expressando. Nós sabemos o que está acontecendo em um local. Se funciona ou não. Temos uma ajuda adicional no departamento de contar histórias, com este aparelho (multimídia). Mas eu sei que posso cantar essas músicas em um restaurante com uma guitarra e elas funcionarão.

Os visuais do concerto melhoram o aspecto narrativo das histórias das novas músicas, e o aspecto multimídia do show de arena sempre foi um dos pontos fortes do U2. Quais são as raízes daquilo?

"Spider-Man Turn Off The Dark" nos deixou interessados no teatro,  não só para fazer algo diferente, mas também conversando com Paul McCartney, que nos disse que os Beatles foram influenciados por Rodgers e Hammerstein. Os acordes que os Beatles escreveram, isso é Gershwin. Em Dublin nos anos 70, estávamos ligados no The Clash, e o The Clash falava sobre seu público como 'nós'. Não há nenhuma divisão, somos nós. E nós acreditávamos neles. Aprendemos que há artistas que gostam bastante da distância que o palco lhe dá, e existem bandas que não gostam. Fomos para ver "Jerusalém" na Broadway, com Mark Rylance, e teve muita influência. Há um sentido imediato do que Rylance vai ser na sua vida, em sua expressão, certamente em sua vida emocional. Iggy Pop, Patti Smith são assim. Iggy foi uma influência muito importante, não apenas como um extraordinário compositor e artista e músico, mas um performer. Ele está sempre tentando quebrar a quarta parede. Isso começa com uma banda punk, e minha revelação sobre o rock de estádio foi que não tem nada a ver com a proximidade física, mas a proximidade emocional. Você poderia estar em um clube bem perto, e a banda aparece lá em cima como: "Me enfrente, aqui está outro pensamento que tive que você provavelmente não pode entender".

Todas essas pessoas dizendo para bandas de rock: "não vão para as arenas" — que é tudo um monte de estúpidos. Começa com a proximidade emocional, e você pode usar a tecnologia para criar proximidade física. Isto volta para o U2 tocando em clubes, passando pelo público com uma bandeira branca e entrando em uma briga por causa disso.

O visual também funciona porque em sua essência, estas são performances que lembram de seus primeiros dias na era punk. Para mim uma canção potencialmente sentimental como "Iris (Hold Me Close)" se encaixa com isso. Apesar das suas dúvidas sobre ela, você sente que funciona como parte do que?
Eu acho que funciona neste âmbito porque é emocionalmente muito cru. A história por trás daquele trecho de filme (que acompanha a música no show), é que um amigo de um amigo de um amigo encontrou meu irmão em um aeroporto e disse que conhecia alguém que tinha o filme de nossa família. Não temos nenhuma imagem visual deles e sim, apenas algumas fotografias, que tendemos a não ficar olhando, dessa forma clássica do homem irlandês. E colocamos lá e vemos minha mãe em movimento... Ela é jovem, 23 anos de idade, jogando rounders (um jogo de taco e bola). Todo mundo tem essas memórias de família, mas éramos bons em suprimi-las. Quando nós estávamos escrevendo as músicas, eu estava tentando escrever estas memórias para me lembrar delas. Tenho essa linha: "Iris says that I will be the death of her/It was not me" e isto me fez parar. Não sabia o que significava. Eu percebi que cada criança que perde sua mãe acha que sua mãe o abandonou. Mesmo se sua mãe é atropelada por carro, há o "ela me deixou". E a dor se transforma em raiva. Essa é a história do rock' n' roll — o abandono das mães. Isso volta para a tristeza: "Às vezes me sinto como uma criança sem mãe". Foi assim com Paul McCartney, Johnny Lydon, muitos de nós. No hip-hop é o abandono do pai que é o catalisador central. No rock'n'roll, são as mães. Então vai lá, você tenta transformar a ferida em uma abertura, em algo fantástico, como música. É por isso que a canção "Volcano" vem na sequência de "Iris (Hold Me Close)" no disco, você pode sentir esta estrela se erguendo. "Você se machuca tentando se agarrar ao que você costumava ser"... Você começa esses acordes blueseados: 'você estava sozinho, mas agora você não está sozinho, você estava sozinho, agora você é o rock' n'roll'. E ouve multidão cantando, e você está no meio do multidão em um show punk. Você não está sozinho. Isso não é só a minha história, mas essa é a história de um monte de gente. Nós nos apegamos firmemente ao rock ' n' roll por uma razão.

Vocês foram muito criticados pelo download automático de 'Songs Of Innocence' no iTunes. Mas além da controvérsia, se fala em uma questão mais geral de bandas experimentando novos métodos de lançamento e entrega de seus álbuns. O que acha que o U2 vai fazer quando lançar seu próximo álbum?

Estamos trabalhando em um novo formato. Mas ainda não amarramos isso. A grande coisa sobre como trabalhar com a Apple é que é uma empresa muito criativa. Steve Jobs, ele era muito gentil conosco, porque o iPod do U2, comercialmente, foi extremamente bem sucedido para eles. Eu disse ao Steve: "por que um cara tão estético como você, está olhando para o Itunes, como se olha para uma planilha?".

Por que não a imagem de uma capa de um álbum em toda a tela, e por que não pode ser em movimento? Por que, se eu estou ouvindo Miles Davis com "In a Silent Way", não consigo ver todas as fotos de Herman Leonard de Miles, todo esse outro mundo? Se eu estou ouvindo Leonard Cohen, por que não consigo ver as letras? Para obter algumas respostas, vai levar algum tempo. Sinto que devo ao Steve agora, sinto que devo aos meus colegas músicos uma chance para a música tornar-se mais imersiva de alguma forma. Para ter isso no seu iPad ou em sua casa em uma TV de tela plana, tornaria menor até o encarte do vinil, que era importante. Você não só estaria andando pela rua com um pedaço de vinil em suas mãos, como a capa diria o que você era. CDs, MP3s — vamos lá, eles são tão insatisfatórios. Há uma maneira melhor. Estamos trabalhando nisso. Se vai ser a tempo para o próximo álbum, vamos ver. Todo mundo sabe que o modelo está quebrado. Temos que experimentar. Isso é o que a Apple está fazendo.

Você deu 'Songs Of Innocence' no iTunes antes de vendê-lo. Isso significa que você sente que música gratuita é o futuro?

O álbum foi um presente. A Apple nos pagou, mas não a ridícula soma de US$ 100 milhões que foi relatada. "Grátis" afeta nossos amigos que são compositores. Não estou falando de nós, estamos bem. As pessoas dizem: "tocam ao vivo, ganham dinheiro em camisetas". Estes serviços de streaming como Spotify são boas alternativas para o gratuito. Mas para se tornar uma alternativa para pagar a música, o modelo tem que mudar. Se eles acabassem com o gratuito agora, as pessoas só iriam voltar para BitTorrent. Acho que a indústria da música precisa se organizar melhor e experimentar com diferentes abordagens. Ainda estamos tentando.

Eu preciso te perguntar sobre sua parceria a longo prazo com a Live Nation (empresa que efetivamente monopoliza a indústria de turnês e venda de ingressos). Você é um idealista...

Eu sou um pragmático.

OK, eu corrijo. Mas isto é uma banda com os ideais que ainda está olhando para mudar o mundo de forma positiva com seu ativismo e lobby em nome de algumas causas dignas. Você já fez muito pelo mundo. Mas a indústria da música está em apuros e vocês estão em parceria com um monopólio. Por que achou que isto era uma boa ideia para o U2, unir forças com uma entidade como essa? Você teve o efeito de alavanca para ditar as regras sobre como a indústria mudaria. Então por que ainda está jogando pelas regras antigas?

Eu entendo a sua linha de questionamento. E é uma pergunta interessante. Não vejo o homem feio no grande ou pequeno, banda grande, banda pequena, grande corporação, pequena empresa. O modo como você trata seus funcionários é importante. Mesma coisa com uma banda punk que trata sua equipe de estrada como lixo. Eu gosto de como os executivos da Live Nation tratam seus empregados, como eles nos tratam. Sobre a questão dos ingressos: monopólios geralmente não são bons, não é bom para a inovação, não é bom para a concorrência. Alguns anos atrás olhamos para trás para assumir a venda de ingressos. Mas talvez é uma fraca resposta para você. Perdi a aderência da questão referida. Eu não sabia que era um problema irritante. Isto é provavelmente devido a questão do transtorno de personalidade múltipla que tenho. Eu faço um monte de coisas, eu tento estar no topo das coisas, mas eu não estou ciente de ser um problema. Eu deveria tirar mais tempo para pensar nisso, porque isso afeta a nós e ao nosso público. Eu ficaria muito chateado se não estivessem sendo bem tratados. Nós temos uma história de tentar ajeitar essas coisas. Mas estas coisas podem ser feitas por vocês. As pessoas dizem: por que você não está fazendo campanha contra música gratuita? Você quer que eu faça isso? Realmente? Você realmente me quer como em seu poster de criança, pedindo para me dar mais dinheiro? Não sei se isso seria credível. Deixo algumas destas coisas para pessoas que podem ser melhores do que eu. Tento fazer as coisas que eu tenho em meu alcance. Sim, algumas pessoas dizem que você é um artista, e então fazem todas essas outras coisas. Mas eu vejo essas outras coisas como parte do que é ser um artista. É o zeitgeist, as forças do mundo, você precisa descobrir sobre a teologia, tecnologia, cultura, política. Isso é tudo na música também. Não vejo minha vida em compartimentos. Eu vejo isso como uma coisa, com a minha família integral. Então você diz que quando se trata de escolher problemas para resolver, não é música, a fonte de toda a sua energia, não vale a pena gastar tempo para corrigir esses problemas? Eu saí do ramo da música, em certo sentido, e fui para o lado da arte dele. Vaguei longe para olhar algumas outras áreas. Mas uma área em que estou me concentrando na música, é que estou tentando encontrar um novo formato, que se der certo, será a maré que levantará todos os barcos. A outra coisa, eu vou verificar mais. Não apareceu ainda na minha tela de radar.

Parece que havia uma oportunidade de afetar positivamente uma mudança, porque a Internet abriu todas estas possibilidades para como as bandas poderiam se relacionar com seus fãs, sem estas corporações ficarem no meio. Não espero que os Rolling Stones liderem esta carga, porque eles estão muito à frente de quem eles são e o que eles representam. Talvez seja injusto esperar que você conheça melhor isto e nos mostre o caminho?

Com o U2, você mantém um padrão diferente, e você está dizendo para aplicar esse idealismo para resolver alguns problemas mais perto de casa. Isso é uma coisa justa a dizer. Exceto quando decidir o que levar da minha mesa, a fim de colocar alguma coisa nela. Ela chega mais perto de casa e é uma pergunta justa. Isto pode ser o mais humilde que você vai ter de mim, mas pensei que, talvez, esta é uma luta que não posso ganhar sem desistir das outras lutas, onde eu sei como conseguir chegar nesta questão do outro lado da linha. Todo o meu ser físico odeia dizer isso, porque eu sempre acho que posso fazê-lo. Essa é uma pergunta muito justa, e gostaria de ter uma resposta melhor. Agora, é difícil!


Fonte: Orlando Sentinel

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