Segundo o colunista Roger
Friedman, do site Showbiz 411, o novo álbum do U2 deve ser lançado na primavera
do ano que vem (outono aqui no Brasil).
Ele ainda disse que o disco
já estaria bem acertado e que a banda e sua equipe teriam dado início aos
trabalhos de arte, vídeos e outros itens relacionados ao lançamento do próximo
álbum. Quando o U2 lança algo, todas essas coisas já têm que estar em ordem, ele conclui.
Completando a notícia, hoje
saiu uma notinha no NY Daily News de que o The Edge e Larry Mullen Jr foram
vistos jantando no The Lion, em Nova York, acompanhados de Danger Mouse.
Ao que tudo indica, os
integrantes da banda se reuniram novamente com o produtor para finalizar o
álbum.
A banda canadense Arcade Fire agitou a TV americana ontem à noite, 28 de setembro, sendo a convidada do primeiro programa da nova série do “Saturday Night Live”, na NBC.
A banda tocou no show e ainda participou de esquetes de comédia, tipo um que o Win Butler imita o Robert DeNiro. Sempre acompanhados pela grande Tina Fey, que fez fama no SNL e ontem foi outra das atrações especiais.
Assim que acabou o “SNL”, começou um especial de meia hora da banda, gravado no clube Salsatheque em Montreal, dirigido por Roman Coppola e com participações de Bono, Ben Stiller, James Franco, Michael Cera, Bill Hader, Aziz Ansari e outras celebridades.
Hoje aconteceu em Nova York o
Global Citizen Festival, um evento que tem como meta combater a pobreza no
mundo.
Entre shows de Kings of Leon,
Alicia Keys, John Mayer, entre outros, Bono apareceu como convidado para entregar um prêmio.
Bono fez um pequeno discurso
e deu o prêmio “Global Citizen Movement Award” a Ellen John Sirleaf, Presidente
da Libéria, pelo seu trabalho para a igualdade das mulheres.
Ela disse: “Bono, eu aceito
este prêmio com muita humildade em nome de todas as mulheres da Libéria e
mulheres da África e todas as mulheres do mundo.”
Bono também subiu ao palco novamente para apresentar o show de Stevie Wonder.
Na noite desta quinta Bono esteve no programa “Late Show” para um bate papo com o apresentador David Letterman.
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Bono falou sobre seu trabalho com a ONE, (RED) e também não teve como evitar de falar sobre o U2 também, mas revelou pouco sobre o novo álbum da banda.
Entre outras coisas, ele disse:
“Muito bom é o inimigo de ótimo, você não pode confundi-lo com ótimo.”
“As pessoas não ficam empolgados de nos ver fazendo algo muito bom, quem precisa de um novo álbum do U2? Há um monte deles por aí... nós precisamos fazer um ótimo álbum do U2.”
"U2-3" foi o primeiro single lançado pelo U2, originalmente aparecendo tanto nos formatos 7 "e 12" - este último muito procurado por colecionadores. Apenas 1.000 cópias foram prensadas e individualmente contadas por Jackie Hayden, ex-gerente de marketing para a CBS Records, na Irlanda e posteriormente Gerente Geral da revista Hot Press. Este colecionável tinha os nomes dos quatro membros da banda riscados em ambos os lados do vinil e a palavra "Irlanda" no rótulo. A versão original 7" teve UKTM No.B81 8091 escrito no rótulo após o copyright.
O DJ Dave Fanning perguntou aos ouvintes do seu programa de rádio qual música deveria ser o "A-side". As três músicas eram Out of Control, Boy/Girl e Stories For Boys. Os ouvintes de Fanning escolheram Out Of Control, uma canção que Bono escreveu em seu aniversário de 18 anos. As canções Out Of Control e Stories For Boys aparecem no álbum Boy. Boy/Girl só foi lançada como single.
Em 15 de janeiro de 1980, o U2 tocou Stories For Boys no Late Late Show. Out Of Control pode ser encontrada na compilação AZ Irish Of Rock. Stories for Boy pode ser encontrada na Just For Kicks, compilação de bandas de Dublin. A versão ao vivo de Stories for Boys foi lançada como b-side no single de Sweetest. Esta versão é uma mix diferente daquele em Just For Kicks e uma versão ligeiramente mais longa que a versão do disco Boy. A versão ao vivo de Boy/Girl também foi lançada como b-side no single de 7" de I Will Follow.
Ficha:
Título: U2-3
Lançamento: 26 de setembro de 1979
Faixas:
Out of Control
Stories for Boys
Boy-Girl
Produzido por: Chas deWhalley/U2
Engenheiro: Remixed por Robbie McGrath
Bono revelou que a empresa
Apple já deu até hoje mais de $ 65 milhões de dólares para os fundos da (RED).
De acordo com o vocalista do U2, a Apple está “certamente liderando a equipe”
de empresas que contribuem com a iniciativa.
Desde que se juntou à
organização de caridade em 2006, a Apple tem lançado produtos (RED), como
iPods, capas e outros acessórios destinando uma parcela da venda para o combate
da luta contra a AIDS.
A Apple já ofereceu o iPod
nano e em seguida o iPod Touch, iPod Shuffle, capas de iPad e iPhone. Mias
recentemente, a Apple adicionou uma nova capa para o iPhone 5s no catálogo de
produtos da (RED).
Lembrando que em novembro
irá acontecer um leilão beneficente em favor da (RED) com apoio da Apple
também. Veja a notícia aqui.
Nesta terça, 24 de setembro, o vocalista do U2 fez uma imitação perfeita do ex-presidente dos Estados Unidos (veja aqui). Hoje, Bill Clinton deu-lhe o troco.
No programa "Piers Morgan Live", da CNN, feita a partir do evento Clinton Global Iniciative, o anfitrião desafiou o ex-presidente a responder a Bono. "Esta é a sua oportunidade", disse-lhe.
Bill Clinton fez-lhe o favor e, homem prevenido, sacou do bolso uns óculos escuros (muito diferentes daqueles que Bono costuma usar, diga-se), característica do cantor. Em seguida, Clinton fez uma pose e começou a falar com sotaque irlandês, como se fosse o vocalista dos U2.
"Eu sou irlandês, sabe. E nós irlandeses imitamos qualquer um. Tenho cantado tanto e tão alto nestes concertos que estou rouco. Por isso tenho de ter cuidado com a minha voz. É por isso que as minhas obras de caridade só têm nomes com três letras", disse Bill Clinton.
Em 25 de setembro de 1976, o U2 se reuniu pela primeira vez. Larry Mullen – apenas um garoto de 14 anos – colocou um aviso no mural da escola procurando músicos para formar uma banda. Bono, ainda Paul Hewson, os irmãos Evans, Dick e Dave, que viria a ser The Edge, e Adam Clayton responderam ao anúncio. Estava formado aí o U2, uma das maiores bandas de toda a história do mundo do rock.
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Mas o começo não foi tão fácil assim. O primeiro ensaio aconteceu na cozinha da casa do Larry, em Artane, e eles mal sabiam tocar direito. Veja aqui uma cena do filme ‘Killing Bono’ que reproduz esse momento:
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BONO: “O Larry foi incrível, pois sabia tocar bateria muito bem e o som era fantástico. Quer dizer, tocar bateria na cozinha é como cantar no chuveiro. A bateria mal cabia na cozinha. Nem sei como é que coubermos todos lá.”
ADAM: “Não tocamos muito, estivemos mais conversando. Acho que o Bono nem sequer levou a guitarra, mas isso não o impediu de assumir a liderança.”
LARRY: “Durante cerca de dez minutos, foi a banda do Larry Mullen, para proteger meu ego. Além disso, estávamos na minha cozinha. Depois, apareceu o Bono e estragou tudo. Basicamente destruiu a minha oportunidade de ser líder.”
EDGE: “Não tivemos um começo lá muito promissor. Conversamos muito, éramos um grupo de pessoas tocando músicas que mal conhecíamos para tentar impressionar-nos mutuamente, na tentativa de perceber se tínhamos gostos musicais semelhantes. Era tudo muito primitivo, mas acho que conseguimos encontrar alguns pontos comuns. Lembro-me de ter pensado que gostava de todos ali, que era o mais importante. Achava que eram todos legais.”
LARRY: “Eu não os conhecia nem eles me conheciam. Nunca me tinha passado pela cabeça enfiar quatro ou cinco estranhos num espaço para tocar música. Agora, tudo parecia possível. Quando terminamos o ensaio, agendamos logo um segundo ensaio.”
ADAM: “A estratégia era encontrar uma sala para ensaiar na escola. Acho que era uma forma de nos tornarmos conhecidos na escola, de fazer com que todos soubessem que tocávamos numa banda.”
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LARRY: “Mr. McKenzie, o nosso professor de música na Mount Temples, deixava-nos ensaiar na sala dele às quartas-feiras, à tarde. Donald Moxham, um dos professores de História e bem amigo nosso, contribuía para que a escola nos apoiasse.”
EDGE: “Eu e o Larry sabíamos tocar umas coisas, mas o Adam não tocava nada, apenas fingia que tocava. No entanto, como tinha um baixo, não tínhamos dúvidas que iria ser o nosso baixista. O Bono nem sequer tinha guitarra, mas achava-se o guitarrista principal.”
LARRY: “Foi óbvio desde o início que o Bono ia ser o cantor, não porque tivesse uma voz excelente, mas sim porque não tinha guitarra, amplificador, nem transporte. Que mais é que ele poderia ser?”
E mesmo improvisando no início, não sabendo muito bem o que ia sair dali, os garotos acreditaram que aquilo era algo que gostavam e que queriam se empenhar a fazer. Assim, de uma apresentação na escola eles começaram a gostar de tocar juntos e foram se apresentando em outros diversos lugares. Primeiro usando o nome Feedback e The Hype, só então U2. Assista esta cena reproduzida no filme ‘Killing Bono’.
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ADAM: “U2 surgiu naturalmente, do nome do avião espião, do qual eu tinha ouvido falar, pois a minha família era ligada a aviação. Não sei se os outros fizeram a mesma associação de ideia. Não era um nome óbvio, não enchia os olhos. Era o que gerava menos desentendimentos.”
EDGE: “Era o melhor entre os piores. Pensamos naquele nome durante alguns dias e dissemos: “Bem, sempre é melhor que Hype. Por que não experimentamos durante algum tempo?” E escolhemos o nome U2. Á medida que o tempo ia passando, fomos gostando cada vez mais do nome. Tinha um impacto gráfico muito intenso. Não significava nada em particular, por isso, começamos a gostar do fato de não ter grandes conotações. E também nos diferenciava do The Whatevers, do The Jam, do The Clash, de todas as bandas que naquele tempo tinham nomes começados por “The.” O nosso nome era um pouco diferente, mas não foi de forma alguma um momento “Eureca”, tipo: “É o melhor nome do mundo.” Foi mais do tipo: “Serve”.”
LARRY: “Da primeira vez que nosso nome apareceu no jornal, nos chamaram de “U2 Malahide”. O que eles queriam dizer era ‘U2 de Malahide’, que, como é óbvio, também não estava certo.”
BONO: “A gente ainda estava na escola, mas na minha cabeça Mount Temple tinha se tornado uma sala de ensaios. Tenho grande carinho por ela como um lugar que ajudou a moldar a mim mesmo, aos meus amigos e à minha banda, uma sensação de orgulho de que nós éramos parte de algo em progresso. Eu realmente acreditava que o U2 era capaz de se tornar algo extraordinário, não sei por quê.”
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E assim foi! Aqueles quatro garotos de Dublin começaram a se empenhar cada vez mais, a ganhar destaque e fazer shows por toda a Irlanda e Grã Bretanha, até conquistar o mundo inteiro. Isso aconteceu nos anos 80.
A épica performance da banda no festival Live Aid em 1985, com transmissão global pela TV, apresentou o U2 à diversos países que ainda não o conheciam, tocando ‘Sunday Bloody Sunday’ e ‘Bad’, e mostrando seu engajamento social. E depois, em 1987, o álbum ‘The Joshua Tree’ fez com que o grupo estourasse e conquistasse de vez o sucesso internacional, com hits como ‘Where The Streets Have No Name’ e ‘With Or Without You’.
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Quando a crise se abateu sobre a banda no final dos anos 80, todos achavam que o fim estava perto. Foi um momento realmente difícil para todos, que sentiram a necessidade de mudar. E mudar não é nada fácil. Podemos ver melhor como foi essa fase do U2 no documentário ‘From The Sky Down’.
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O resultado foi uma completa renovação na música, no visual e nas atitudes. O U2 lançou o álbum ‘Achtung Baby,’ em 1991, e partiu para a turnê ‘ZOO TV’, se consagrando ainda mais. Até hoje, a música ‘One’ é considerada uma obra-prima e entra em qualquer lista de melhores músicas de todos os tempos. O grupo ganhou status de “maior banda do mundo” com a “maior turnê” já feita, que serviu de referência para diversos outros grupos posteriormente, revolucionando o modo de um artista se apresentar em shows.
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A partir daí, o U2 continuou na década de 90 na mesma linha de inovação, explorando mais o lado tecnológico e de ironia até o álbum ‘Pop’ (Foi quando a banda aterrissou pela primeira vez no Brasil, com a turnê ‘PopMart’).
Já nos anos 2000, o U2 “voltou às raízes”. Muitos não gostam deste termo, até mesmo alguns dos próprios integrantes da banda, mas o grupo decidiu fazer um álbum mais ‘rock and roll’. Na minha opinião, classifico ‘All That You Can´t Leave Behind’ como um dos principais do U2. É daqueles discos que têm a marca registrada da banda, trazendo músicas importantes como ‘Beautiful Day’, ‘Elevation’ e ‘Walk On’.
O mais recente disco do U2, ‘No Line On The Horizon’, parece que fechou um ciclo ao mesmo tempo que a primeira década do século XXI acabou. A banda viajou pelo mundo com a turnê “U2 360°”, o maior espetáculo já feito, batendo todos os recordes de arrecadação e público.
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Com certeza, o U2 com seus anos de carreira ainda tem o que mostrar, ainda vai surpreender os fãs novamente. É raro encontrar uma banda que tenha os mesmos integrantes desde o início, sem nenhuma alteração. Isso mostra o quanto eles são especiais e o quanto a amizade deles prevalece acima de tudo, inclusive dos interesses da banda. O comprometimento entre eles é sem tamanho, nunca vi igual por aí.
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Larry Mullen Jr., que resolveu começar tudo isso, colocando um anúncio no mural da escola procurando músicos pra formar uma banda, foi perguntado uma vez como o U2 conseguiu se tornar o que é, uma das maiores bandas do mundo. Ele simplesmente respondeu: “Eu não tenho ideia”. Mas eu arrisco a dizer que uma das respostas pode ser exatamente essa: o respeito e a amizade entre eles e o comprometimento dos integrantes. Cada um tem uma personalidade diferente, um jeito único de ser e pensar, mas quando todos estão reunidos a ‘mágica’ acontece e eles conseguem fazer músicas que emocionam milhões de pessoas. Tenho orgulho de dizer que o U2 é a trilha sonora da minha vida, porque cresci ouvindo esses irlandeses, e acredito que vocês que estão lendo também vão dizer o mesmo.
O site oficial do U2 já
disponibilizou uma edição online da sua antiga revista Propaganda. O primeiro
exemplar escolhido foi um de 1991, sobre o lançamento do álbum Achtung Baby. Se você não viu, confira
aqui.
Aos poucos o U2.com está
digitalizando novas edições. A da vez é uma edição de 1994, que contém
depoimento do diretor Win Wenders falando sobre a banda, Bono prestando uma
homenagem a Frank Sinatra e Bob Marley, Jim Sheridan falando sobre seu filme In The Name of the Father e Willie
Williams com seu diário de “1000 Dias de Zoo TV”.
O conteúdo é exclusivo para
assinantes, mas você pode conferir algumas imagens da revista logo abaixo.
Nesta terça Bono participou
de uma discussão na Clinton Global Initiative. Mas antes mesmo do debate
começar, ele arrasou fazendo uma imitação do ex-presidente dos Estados Unidos,
Bill Clinton.
Clinton estava atrasado e
por isso, Bono resolveu fazer uma graça com o amigo e distrair a plateia.
“A primeira vez que eu
conheci o Bono, ele entrou no Salão Oval e na verdade eu achei que ele era um
integrante da sua própria equipe,” Bono improvisou imitando o sotaque sulista. “Ele
não estava vestido muito bem e eu senti que eu era o rockstar naquele momento.”
Continuando com a imitação,
Bono destacou o esforço de Chelsea (filha de Clinton) para a prevenção da AIDS.
“Então, a Chelsea começou a
me torturar sobre esse negócio da AIDS e nós tivemos que trabalhar nisso. E a
fundação fez um trabalho incrível. Até agora, nós disponibilizamos os
medicamentos da AIDS para todos ao redor do mundo.”
Depois do humor, o assunto
foi sério entre Bono, co-fundador da ONE e (RED), Christine Lagarde, diretora
do Fundo Monetário Internacional, Sheryl Sandberg, chefe do escritório de
operações do Facebook. O grupo discutiu sobre o tema do CGI 2013 – “Mobilizando
Para o Impacto”, focando em como criar mudanças exige mobilização de recursos e
a criação de parcerias.
Bono também falou que
combater a AIDS requer uma abordagem multilateral de ambos os governos e
indivíduos. Ele disse que quando as pessoas lhe dizem que apoiam a sua “causa
da AIDS”, ele responde:
“6 mil pessoas que morrem
todos os dias de doenças que poderiam ser evitadas não é uma causa, é uma
emergência.” Veja o álbum de fotos.
Amanhã Bono, co-fundador da
ONE, se juntará a Mo Ibrahim e Sheryl Sandberg num debate na Clinton Global
Initiative, em Nova York.
Eles discutirão sobre como
indivíduos e empresas podem fazer um trabalho melhor juntos para fazer mudanças
reais no mundo.
A sessão “Mobilizando para o
Impacto” será moderada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton e
também contará também com a presença de Khalida Brohi, fundadora da Sughar
Empowerment Society e Giving Women Wings no Paquistão e Christine Lagarde,
diretora do Fundo Monetário Internacional.
O evento será transmitido ao
vivo pela Internet nesta terça-feira às 9h (horário local):
Em 23 de setembro de 1997, a
música pop mudou o mundo. Pelo menos, momentaneamente. Em uma terça-feira, num
estádio olímpico cheio de marcas das bombas, o U2 foi a primeira banda grande
de rock a tocar na cidade de Sarajevo, que se recuperava da guerra da Bósnia,
na esperança de apagar as tensões étnicas que haviam oprimido a Iugoslávia.
“Se há alguma mensagem, é
uma muito simples, bem banal,” disse Bono à CNN. “É que a música vai além da
política”.
Notoriamente, os esforços
humanitários de Bono iriam lhe dar uma reputação – não tão boa – como um
‘benfeitor messiânico’ e ambicioso, coletor itinerante de projetos presunçosos.
Em 2002, a capa da Time perguntava ‘Bono pode salvar o mundo?’ e em 2009 o
Daily Mail reclamou que enquanto Bono era um apaixonado realmente por cancelar
a dívida do Terceiro Mundo, ele agia ‘como se solução inteira estivesse nas
suas calças de couro.’. Mas o U2 não foi à Sarajevo com planos para salvar o
país ou reverter o curso da história. Levar um bom momento para os jovens, por
algumas horas, já era o suficiente.
Sarajevo apareceu somente nos
dois últimos antes do maior cerco militar da história moderna. Os agressores
sérvios haviam cercado a cidade por 44 meses, entre dezembro de 1992 e dezembro
de 1995, maltratando e deixando a população faminta. Por três anos e meios, os
cidadãos eram dependentes da comida e combustível traficados para a cidade
através de um longo túnel subterrâneo, tendo centenas de morteiros que caiam
sobre a cidade todos os dias. Segundo a repórter de guerra Charlotte Eagar:
“Velhinhas cambaleavam para casa, transportando carrinhos caseiros com
recipientes de plástico com água... Sem poder coletar madeira pra se aquecerem,
as pessoas queimaram primeiro os móveis e depois os livros. E ainda assim
morreram nos invernos brutais nas montanhas... Tanto o bombardeio como o frio
não discriminavam em encontrar a morte.”
Até o final da guerra, em
1995, mais de 10 mil bósnios foram mortos em Sarajevo.
Bono já tinha visitado o
país rapidamente e prometeu voltar ‘trazendo a banda na próxima vez.’ O show de
1997 foi o cumprimento dessa promessa.
Até então, a única cidade
magnífica – anfitriã dos jogos Olímpicos de Inverno de 1984 – tinha virado um
campo de morte e de um dia para outro tinha começado a se reconstruir. O
zoológico de Sarajevo começou a ser restaurado e os patronos das artes
forneceram à cidade ferida instrumentos musicais e livros para bibliotecas. Os
artistas da guerrilha começaram e embelezar as ruas com ‘rosas de Sarajevo’.
Então com a insistência dos organizadores de Sarajevo, esse não seria um show
pequeno de caridade – ao contrário, Sarajevo seria uma grande escala, uma
parada da turnê mundial PopMart.
Os 60 caminhões que
transportaram os equipamentos de palco do U2 tiveram que andar por estradas
estreitas nas montanhas para chegar à Sarajevo – no entanto, uma equipe de 450
ajudou na montagem do palco e sistema de som em Kosevo Stadium.
“É um milagre que eles estão
realmente aqui,” disse o guitarrista The Edge a um enxame de jornalistas que
receberam a banda na chegada. “O fato de que podemos chegar e colocar não só um
show, mas o mesmo show completo que fazemos em Paris, Nova York e Londres é um
símbolo para o povo de Sarajevo de que as coisas estão voltando ao normal.”
Na noite do show, trens
especiais trouxeram os jovens da antiga Iugoslávia, Croácia e Eslovênia até
Sarajevo. De acordo com as notícias, os eslovenos foram avisados de que ‘não
precisariam de vista para aquela noite’,
E por duas horas naquela
noite, em um estádio cercado por tropas da OTAN, uma multidão de 45 mil pessoas
de toda a antiga Iugoslávia se iluminaram em uma luz de neon da noite, curtindo
todos os clássicos e sintetizadores produzidos pelo U2 considerados arte
naquela época, e meio que sentiram normais de novo.
O U2 de 1997 não era tão adequado
como símbolo de esperança para uma cidade desanimada como , digamos, o U2 de
2002. A turnê PopMart era uma paródia em cima do materialismo superficial; Bono
e seus companheiros de banda caminhavam pelo palco com capas de cetim
brilhantes e camisetas com os músculos. Em outras palavras, foi um momento
estranho para o U2. A turnê PopMart, infelizmente, não poderia oferecer aos
bósnios as imagens simples de resistência que um U2 mais antigo e sábio, que
iria oferecer aos americanos machucados depois de 11 de setembro.
Isso não quer dizer, porém,
que o show de Sarajevo não tenha tido momentos altos de esplendor emocional.
Durante a balada de Luciano Pavarotti, ‘Miss Sarajevo’, levou a jovem de 21
anos Inela Nogic ao palco pela mão. Nogic tinha se tornado o rosto trágico da
guerra - e a inspiração para a música – quando ela ganhou o concurso de beleza,
em 1993, em Sarajevo durante o cerco. Quando ela foi coroada, Nogic e uma dúzia
de outras garotas de maiôs desenrolaram uma faixa “Não deixem que eles nos matem”.
“Fazer um concurso de beleza
durante a guerra foi uma coisa louca,” ela disse à Associated Press. “Mas nós
tentamos viver uma vida normal. Foi como um mecanismo de defesa que nós
tínhamos.”
Nos anos após o show do U2
em Sarajevo, as agressões inter-étnicas iriam se incendiar novamente na região
dos Balcãs. A guerra eclodiu menos de um ano depois em Kosovo, e embora
Sarajevo esteja florescendo hoje , a ‘normalidade’ que 1997 queria tanto
prenunciar foi fugaz. As forças da OTAN permaneceriam na Bósnia até 2004 e as
forças de paz da União Europeia ainda estão estacionadas por lá ainda. As
etnias croatas, sérvias e bósnias ainda dividem o território
desconfortavelmente e muitos iriam preferir que não. Como Aida Cerkez da AP
disse: “Todos ainda querem o que eles queriam de volta em 1992. Então, a Bósnia
hoje não tem guerra, mas certamente não tem paz.”
Então, hoje, talvez seja
melhor pensar sobre o show histórico do U2 apenas como um gesto carinhoso para
um povo tão sofrido. PopMart não desfez os horrores da guerra ou trouxe paz à
Bósnia, tanto quanto trouxe uma distração feliz para algumas pessoas que já
passaram por muito na vida.